sexta-feira, dezembro 31, 2010

Notas do Desespero numa passada pelo ano corrente

I

Agora é fato:
o barco vaga
e nós
boiamos, feito
barris.

II

A cor desfeita:
o ocridão de tudo
aquilo
aquém do céu.
Morto -
e o que incomoda no mar
é o horizonte.

III

Chega de cavar cafés.
não há ideias (!)
pra além das núvens
(ou telejornal).
Temos calor,
mas não tema (!)
pra esquentar.

IV

Não tem pr'onde escafeder-se
sem acesso
à internet.
.............O que não vemos
somos. Somadas as fotos (7)
interesses(14)
................relacionamentos (21)
chega(28).
Acho que vou ao cinema.

V

Agora fede:
o defunto de rodas
a buzinar sem pressa.
Prioridade:
a mesma merda,
mudar o mundo
antes que entardeça.

e 1/2

"Allons enfants de la patrie..."

sábado, dezembro 25, 2010

Rogério Duarte entrevista Torquato Neto

[Rogério] Torquato, você acha que está cumprindo seu dever de brasileiro?

[Torquato] Yes.

[Rogério] Porque você respondeu em inglês?

[Torquato] Devido a minha formação (Joaquim Nabuco) de comunista.

[Rogério] Presentemente está atuando em alguma emissora?

[Torquato] Não.

[Rogério] Em inglês ou português?

[Torquato] Em português. Nós temos Bananas. Fale.

[Rogério] Assim não, isso é plágio de João de Barro e Alberto Ribeiro. Que tem a declarar?

[Torquato] Vinícius jamais escreveria isso. Vinícius é a minha miss Banana Real. Geraldo Vandré é um gênio.

[Rogério] Você diz um gênio sexual ou matemático?

[Torquato] Nunca dormi com ele.

[Rogério] Por que, você sofre de insônia?

[Torquato] Eu era viciado em psicotrópicos. Hoje em dia eu dou mais valor aos alcalóides…

[Rogério] Eu por minha parte dou mais valor aos aqualoucos.

[Torquato] O Golias é ótimo.

[Rogério] Ele já foi aqualouco?

[Torquato] Yes.

[Rogério] Você não acha que nós devemos tratar melhor os negros?

[Torquato] Yes.

[Rogério] Por exemplo, lá em casa estamos há 2 meses sem empregada. Nesse sentido Malcolm X ou Bertrand Russel foram muito compreensivos. Veja o caso de Sérgio Pôrto com aquela estória do crioulo doido, puro racismo, e racismo paulista, o que é mais grave sendo ele cocarioca, isto é, carioca, não acha nego?

[Torquato] Yes. Acho sim. Agora: o Bertrand Russel é mais branco do que Malcolm X. O que estarei querendo dizer com isso?

[Rogério] Talvez que a noite deste século seja escura e de uma escuridão tão impotente que mesmo no seu âmago mais profundo não são pardos todos os gatos.

[Torquato] Non sense. Auriverde pendão das minhas pernas que a brisa do funil beija e balança. Onde está funil leia-se mesmo Brasil. Nelson Rodrigues inventou a subliteratura e eu endosso..

[Rogério] Mas você não acha que depois de C. Veloso já devemos começar a cuidar mais seriamente da superliteratura?

[Torquato] Yes. Freud explica, não é mesmo?

[Rogério] Seria se fosse. Mas tanto Freud como Sartre como Lévi-Strauss não passam de romancistas da Burguesia. E Lukács?

[Torquato] Foi o caso mais grave de Geraldo Vandré que já conheci. E com a desvantagem de ser tão polido como Leandro Konder. Só que de Romance ele não manjava bulhufas. Mas, não exageremos porque Lukacs é um moço de muito futuro.

[Rogério] Além do mais Torquato todas as nossas tragédias ou melodramas individuais fazem parte de um projeto coletivo nosso. Nós fumamos maconha para ter um sucedâneo da fome dos operários e damos a bunda porque não entendemos bem a razão pela qual temos tantas bananas e os camponeses continuam tão desenxavidos.

terça-feira, dezembro 21, 2010

Constatando o Verão pelo Rabo*

Entorpecente constructo de devaneios,
intactos pela vida torpe e vulgar,
esfaz-se em troça e
ex-fez-se,
ante um mínimo raio
de treva.
Se esvoa em pó e em trova
cantada em baixo
tom e da chuva.
Lamentos pesados, chorosos
trovões.


*Dado o cabo Primevo

segunda-feira, novembro 01, 2010

Versos sob uma epígrafe

"Aquilo que se permite a Júpiter, não se permite às bestas" Cada um ante Deus nu. Mísero. nu e em desgraça. Em cada tom Bach, Em cada um Deus. Pois o ínfimo - a deuses. O finito - sina de bichos... O divino será para nós Crepúsculo dos deuses. E sobre o céu arriscar, E, pode ser, sem propósito ainda nem nos crucificam E explicam depois: decompor-se. E nós uivamos das feridas. Depois clamamos oferendas... Com cada um, seu templo. E a cada um, seu túmulo. Profetize-se, furte, suplique! Seja só como um botão!... ... Tal como às bestas -- chibata, então eterno, aos deuses a cruz. 1958, Iosif Brodskii. Tradução de Pedro Augusto

quinta-feira, outubro 14, 2010

Pílulas do tipo deixa-o-pau-rolar. na mesma base: deixa.

Primeiro passo é tomar conta do espaço. Tem espaço a bessa e só você sabe o que o que pode fazer do seu. Antes ocupe. Depois se vire. Não se esqueça de que você está cercado, olhe em volta e dê um rolê. Cuidado com as imitações. Imagine o verão em chamas e fique sabendo que é por isso mesmo. A hora do crime precede a hora da vingança, e o espetáculo continua. cada um na sua, silêncio. Acredite na realidade e procure as brechas que ela sempre deixa. Leia o jornal, não tenha medo de mim, fique sabendo: drenagem, dragas e tratores pelo pântano. Acredite. Poesia. Acredite na poesia e viva. E viva ela. Morra por ela se você se liga, mas por favor, não traia. O poeta que trai sua poesia é um infeliz completo e morto. Resista, criatura. Sínteses. Painéis. Afrescos. Repor- tagens. Sínteses. Poesia. Posições. Planos gerais. "O Close-up é uma questão de amor". Amor. Eu, pessoalmente, acredito em Vampiros. O beijo frio, os dentes quentes, um gosto de mel. Torquato Neto

quarta-feira, outubro 13, 2010

Mudança de Paradigma

E eis tudo a ser dito. Joaquim volta às tintas, após fascinantes aventuras nos Campos Elíseos! Chega de vida mansa, o céu nunca foi tão azul.

domingo, setembro 26, 2010

Ouvindo Ernesto Nazareth

O café quente Escorre do olho, Sem doce algum. - Deixe disso, seje sério! - Impossível... Parto pra praça, pra pensar nas coisas. (Que coisa!) Cruzo as pernas, Fumo - quando é que se aprende? Ai! Dor galante... ! (lá noutro lado) Mas como é linda...! 26/09/2010

sábado, setembro 25, 2010

Fortuito no Pretérito

Eu podia ser dramático Mas... Deixa pra lá. O rombo roxo Roi o bolso da camisa, Mas não o peito Oco, e onde houve Outro altruísmo (Pode chamá-lo amor, Ou ameno destrambelho) Com centelha velha Fiz festa! Fiz frevo do fruto podre (do bolso) e sigo portando a lambança besta do Amor! Ai de ti! Caiu de maduro.. Mais duro te fiz! Passe à vida no passo, Não se poste! Se pence Na placa, na marcha Folia, no fole e na Fala mole. Ria que É rua! É dia! E nunca minto... À toa. É boba alegria boa de simples. Eis meu candidato À próxima paixão. À memória de Manuel Bandeira

segunda-feira, setembro 20, 2010

Noite, rua, farmácia, alumeio Absurdo e obscuro viver Viva - que seja - um quarto do tempo, Assim será tudo. Saída - Não tem. Morrerás, nascerás de novo destarte E se repetirá tudo, como o passado Noite, congelado e frágil canal Alumeio, rua, farmácia. Alexandr Blok Tradução de Joaquim Santoro e Gabriel Müller

segunda-feira, setembro 13, 2010

Afonia

Horas precisas; Feixe solar no Turno de meu sonhar. O quê sonhar? querer, O quê? Peço: O carecer do óbvio, Do belo, do claro, Distinto e sublime Sublinhados. Sublimados no mero Querer sonhar, no mero "Siga seus sonhos!" Como placas de rua, Índices televisivos Do pleno humano-total Tangível, absoluto! Tangiversável, graças. Julho 2010

terça-feira, agosto 24, 2010

Cisma

Sinos, sirenes mantêm-se surdos, homens! Nunes abaixo, acima, domingo suscinto, o além. Estalo; Estralo e ladro de dragues, morde. Dorme. Nada no fundo profuso, vazio ímpio e nulo. Nada mais são Nada mais tem Nada mais claro! Nada me aguarda nada mais no âmago no âmago da macabra folia Luzes, Milhares! se apagam... Mundos, amáveis se mesclam e jovens, unidos e se apartarmos? Furtos se movem já límpidos, muito belos, muito embora já lúcidos já lícitos pedras lunares da Luz, asfaltos, de cor, lunar, viadutos vastos, fartos, vultos de vozes foscas. Fosco esperar! Flui, fluosflorece nas flores, cachimbos do aço do osso de velhos e cães cavalos de ferro e fumo sereno, saudável. Soem distantes do vulgo lunar e central e nortista no destino latente, eterno-noturno. Joaquim Santoro

sexta-feira, agosto 20, 2010

2222 Deputado Federal

Pior do que tá, não fica! A primeira reação a esse fenômeno, da parte da burguesia ilustrada, é primeira e absolutamente negativa... o que é compreensível, ora, trata-se claramente de uma piada, de proporções nacionais, e... bem, em matéria de política, muitos ainda se recusam a ver tudo de luso que compõe esta nossa realidade e, por consequência, no fim da piada, fazem cara séria e afirmam revoltados que com certas coisas não se brinca, como os portugueses, por exemplo. Mas não se trata somente de uma piada, trata-se de uma manifestação sintomática dos absurdos republicanos que vivemos... e não tenhamos dúvida: Tiririca candidatar-se-á! Finalmente alguém assumiu esteticamente, num espaço público amplo e em si já caricatural, toda a dimensão do atual projeto político tupiniquim... à relativa semelhança do hipopótamo Cacareco, eleito em 1958, com 100 mil votos, para a Câmara dos Vereadores de São Paulo, o comediante encarna um sentimento que há muito já devia ter sido assumido pela política nacional. Considero seriamente votar no figura. Tiririca Federal! Vote no Abestado!

sábado, agosto 14, 2010

Salada Americana

Tão somente a soberba submersa tão sabida é a dor dos homens sapos, supérfluos sapatos sopa e sobremesa samba e safadeza a gosto a rosto a morte está longe...! A vida nem sei Nem queira saber nem ao supor posso o sabor provar Joaquim Santoro

terça-feira, agosto 10, 2010

Sobre Estes Versos

Pelas calçadas trituro Meio a meio, vidro e sol. Abro no frio para o sótão, Dou de ler aos cantos úmidos. A água-furtada recita À neve, por esquadrias. Pula-pulando às cornijas Penas, cenas, bizarrias. Varre o fim, cobre o início, Meses a fio, a nortada. Me lembro que o sol existe! E a luz, como está mudada! Natal - pequenina pega, e a tardinha dissoluta Mostrou-me e à minha dileta Quanta coisa que era oculta Cache-nez, rosto escondido, Grito aos meninos lá fora: Queridos (pelo postigo) Que milênio soa agora? Quem à porta rompe em rumo Da furna, poeira só, Enquanto eu com Byron fumo E viro a taça com Poe? Darial me serve de abrigo - De inferno, arsenal, paiol. E embebo a vida no vinho. Lábios. Tremor. Lermontov. 1917 - Bóris Pasternak (Tradução Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman)

domingo, agosto 08, 2010

Saída Pela Direita

Descobri, há uns dois ou três dias, que, de fato, possuo leitores. Não cabe precisar detalhadamente quantos, tampouco qual a relação deles comigo, o que poderia invalidar minha fala ou me expor ao ridículo (porque talvez já fosse hora da minha mãe, por exemplo, ler isso, mas enfim), mas o que importa é que, mediante esse fato, talvez seja a hora de postar qualquer coisa decente, isso é, qualquer coisa para seres humanos. E nisso quero dizer para alguém além de mim, para parar de pedantizar belos poeminhas em francês da revista KLAXON, ou antes mesmo que poste qualquer porcaria em russo. Talvez ponha algo meu. E tenho dito!

sábado, julho 31, 2010

REVERIE

Ne plus sentir penser ses yeux caméléons... Mais tant de pitié me fait mal Caméléons Aventurines Couleur de mer et traîtres Mais si doux "J'AIME SES YEUX COULEUR D'AVENTURINE" Quel beau sonnet je pourrais faire si je n'étais un "futuriste" Quatre par quatre les rimes et deux tercets et un salut "Trois Mousquetaires" Au cinéma les d'Artangnan sont ridicules et j'aime mieux Hayakawa Ah! le siècle automobile . . . . . . . . . . . aéroplane . . . . . . . . . . . 75 . . . . . . . . . . . Rapidité surtout RAPIDITÉ Mais moi je suis si ROMANTIQUE Ses yeux ses yeux ses yeux caméléons...
C'est bien le meilleur adjectif Serge MILLIET

domingo, julho 25, 2010

terça-feira, julho 20, 2010

A TOI QUI QUE TU SOIS

"Je suis celui qui passe et dont on se souvient Je dénouerai mes sandales devant ton seuil, Qui que tu sois, et je ne te demanderai rien Que ton accueil, Et tu m'accueilleras. Car peut-être déjà m'attendais-tu, pauvre âme, Depuis des jours, depuis de nuits où ta lampe s'est consumée, Car sans doute déjà tu m'attandais, chère âme, Comme la Vierge mystique attend le Bien-Aimé. Tu ne seras pas étonné quand je frapperai à ta porte. Sans doute, ta lampe sera morte; Je m'asseoirai au feu de l'âtre, J'y sécherai mes jambes et mon manteau; je ne serai qu'une présence brunâtre Et tu ne sauras pas combien d'heures je resterai courbé dans ce coin, Les mots que je dirai ne t'étonneront point, Car tu les attendais peut-être, Et tout portant, cette nuit-là, sera étrange. Ces mots qu'avant tu n'avais jamais entendus, Tu croirais les reconnaître, Alors tu me questionneras mais j'aurai déjà répondu. Je m'en irai comme je serai venu, Avec mon manteau d'ombre et mon bâton, Je ne t'aurai pas dit mon nom, Mais j'aurai déposé en toi Tout un fardeau muet d'inquiétude et de joie." L. Charles-Boudouin (du "Miracle de Vivre")

segunda-feira, julho 19, 2010

Gustav Mahler - Sinfonia nº2 - Ressurreição

Sinfonia maravilhosa do gênio pós-romântico e leitor aflito d'"O mundo como vontade de Representação", de Schopenhauer... dizem ainda que foi, também, paciente do então jovem Freud. Mas, apesar da recente renovação das ideias acerca de vida e obra que, até então, vinha tendo, o que interessa aqui é a sinfonia em si... maravilhosamente descrita por uma anta musical. Puro amor hermético! O nome já traz, em si, a dimensão da obra... é uma magnífica e profundamente filosófica leitura da vida além-vida, da vida pós-morte, enfim, da eternidade do homem, tema que, se já caro à sociedade ocidental, o foi ainda mais ao compositor, o que se reflete nos movimentos, não de forma pornográfica, mas antes sutil, emotiva, e... ehn! faltam palavras. Enfim, o primeiro movimento articula as ideias de vida e morte, num laço, ou dança, em que ambos se misturam e se relembram mutuamente... se assemelha, desta forma, ao momento do enterro em si, onde a memória torna o morto vivo, ainda que muito embora morto. O segundo se projeta numa vida memorialesca, possivelmente o conceito grego da vida pós-morte, de um modo leve, alegre, tal como as recordações saudosas de qualquer um... o terceiro e o quarto são o momento ápice da filosofia, sendo, respectivamente, uma pergunta ao além e, como consolo, uma resposta: o vazio da experiência da vida... quebrada drasticamente no último movimento. Seguem os textos das canções da Sinfonia, em alemão (sei bem com quem convivo) e em inglês, aos leigos. O link está no fim, acompanha, em primeiro lugar, a também explêndida 3 sinfonia... 4 Movimento "Urlicht" O Röschen rot! Der Mensch liegt in größter Noth! Der Mensch liegt in größter Pein! Je lieber möcht' ich im Himmel sein. Da kam ich auf einen breiten Weg: Da kam ein Engelein und wollt’ mich abweisen. Ach nein! Ich ließ mich nicht abweisen! Ich bin von Gott und will wieder zu Gott! Der liebe Gott wird mir ein Lichtchen geben, Wird leuchten mir bis in das ewig selig Leben! "Primeval Light" O red rose! Man lies in greatest need! Man lies in greatest pain! How I would rather be in heaven. There came I upon a broad path when came a little angel and wanted to turn me away. Ah no! I would not let myself be turned away! I am from God and shall return to God! The loving God will grant me a little light, Which will light me into that eternal blissful life! 5 Movimento "Die Auferstehung" Gustav Mahler e Friedrich Gottlieb Klopstock Aufersteh'n, ja aufersteh'n Wirst du, Mein Staub, Nach kurzer Ruh'! Unsterblich Leben! Unsterblich Leben wird der dich rief dir geben! Wieder aufzublüh'n wirst du gesät! Der Herr der Ernte geht und sammelt Garben uns ein, die starben! O glaube, mein Herz, o glaube: Es geht dir nichts verloren! Dein ist, ja dein, was du gesehnt! Dein, was du geliebt, Was du gestritten! O glaube Du wardst nicht umsonst geboren! Hast nicht umsonst gelebt, gelitten! Was entstanden ist Das muß vergehen! Was vergangen, auferstehen! Hör' auf zu beben! Bereite dich zu leben! O Schmerz! Du Alldurchdringer! Dir bin ich entrungen! O Tod! Du Allbezwinger! Nun bist du bezwungen! Mit Flügeln, die ich mir errungen, In heißem Liebesstreben, Werd'ich entschweben Zum Licht, zu dem kein Aug'gedrungen! Mit Flügeln, die ich mir errungen Werde ich entschweben. Sterben werd'ich, um zu leben! Aufersteh'n, ja aufersteh'n wirst du, mein Herz, in einem Nu! Was du geschlagen zu Gott wird es dich tragen! English "The Resurrection" Rise again, yes, rise again, Will you My dust, After a brief rest! Immortal life! Immortal life Will He who called you, give you. To bloom again were you sown! The Lord of the harvest goes And gathers in, like sheaves, Us together, who died. O believe, my heart, O believe: Nothing to you is lost! Yours is, yes yours, is what you desired Yours, what you have loved What you have fought for! O believe, You were not born for nothing! Have not for nothing, lived, suffered! What was created Must perish, What perished, rise again! Cease from trembling! Prepare yourself to live! O Pain, You piercer of all things, From you, I have been wrested! O Death, You masterer of all things, Now, are you conquered! With wings which I have won for myself, In love’s fierce striving, I shall soar upwards To the light which no eye has penetrated! Its wing that I won is expanded, and I fly up. Die shall I in order to live. Rise again, yes, rise again, Will you, my heart, in an instant! That for which you suffered, To God will it lead you! Sinfonia Nº 3 1. Symphony 3 - Kraftig. Entschieden 2. Symphony 3 - Tempo di Menuetto. Sehr massig 3. Symphony 3 - Comodo. Scherzando. Ohne Hast New York Philarmonic Leonard Bernstein Download 4. Symphony 3 - Sehr langsam. Misterioso. Durchaus ppp 5. Symphony 3 - Lustig im Tempo und keck im Ausdruck 6. Symphony 3 - Langsam. Ruhevoll. Empfunden Christa Ludwig : mezzo-soprano New York Choral Artists Brooklyn Boys Chorus New York Philarmonic Leonard Bernstein Sinfonia Nº 2 1. Symphony 2 - Allegro maestoso (Totenfeier) New York Philarmonic Leonard Bernstein Download 2. Symphony 2 - Andante moderato 3. Symphony 2 - Scherzo, In ruhig fliessenttaca 4. Symphony 2 - Ulrich, Sehr feierlich, aber 5. Symphony 2 - Im Tempo Des Scherzo, Wild H Barbara Hendricks : soprano Christa Ludwig : mezzo-soprano Westminster Choir New York Philarmonic Leonard Bernstein Download

Sobre o único post

afinal, Klaxon também fazia patriotadas... e quem nunca fez nem que fosse a mais ínfima patriotada?

domingo, junho 27, 2010

Bravuras não, Bravatas!

"Deus, como é Triste nossa Rússia!" É lógico que, como qualquer mortal de meu tempo, não pude deixar de sentir um grande orgulho quando, em meio a uma grotesca paródia de passeada, com uma mulher com a cara mais estúpida carregando a nossa bandeira nacional (ORDEM E PROGRESSO), me vieram à cabeça as belas palavras de Pushkin, quando da sua leitura de Almas Mortas, de Gógol. Só tinha um problema, claro: não estamos na Rússia... ainda. Mas isso foi resolvido facilmente, com uma frase mais conhecida da intelectualidade tupiniquim, que veio de logo salvar a minha reflexão: "Os Problemas do Brasil são: muita saúva e pouca saúde!" Mário de Andrade me salvou. Mas o importante é a belíssima montagem d' "O Triste Fim de Policarpo Quaderna", do maravilhoso escritor carioca Lima Barreto, pelo diretor Antunes Filho, em cartaz já há algum tempo no SESC Consolação. Bem, eu só vi hoje... mas para os tropicalistas, de copa ou de Petróleo, é imperdível. Um espetáculo do maravilhoso e do grotesco, dos mais belos sonhos do pobre Major Policarpo, em sua empreitada Quixotesca por uma terra que talvez nunca tenha existido, mas pela qual a personagem é capaz de dedicar toda sua vida... e não a dedicação porca dos hinos nacionais, das caipirinhas, e ainda menos da inveja da tédio-democracia progressista báltico-germânica ou do desenvolvimentismo, militar ou lulista, mas sim à idéia ontologicamente problemática de cultura nacional, mais como imanente à experiência de um belo povo de uma bela terra do que como chiclete de Caxias das identidades das Guerras do Paraguai. Confesso nunca ter lido o texto, mas, comparando com o filme (não sei a data, nem o elenco, nem nada. Mas é famoso!) e com o que sei do livro, a peça prima por interpretar de uma forma verdadeiramente gogoliana, ou seja, tragicômica e com dimensões épicas e nacionais. O forte são as construções de imagens sínteses, grandes elaborações simbólicas que expressam, ao mesmo tempo, a brasilidade e o estúpido da brasilidade. Não me demoro mais... só recomendo, e alego que "não ri, chorei. Deus, quanta saúva em nosso Brasil!"