domingo, setembro 26, 2010
Ouvindo Ernesto Nazareth
O café quente
Escorre do olho,
Sem doce algum.
- Deixe disso, seje sério!
- Impossível...
Parto pra praça,
pra pensar nas coisas.
(Que coisa!)
Cruzo as pernas,
Fumo - quando é que se aprende?
Ai! Dor galante...
!
(lá noutro lado)
Mas como é linda...!
26/09/2010
sábado, setembro 25, 2010
Fortuito no Pretérito
Eu podia ser dramático
Mas...
Deixa pra lá.
O rombo roxo
Roi o bolso da camisa,
Mas não o peito
Oco, e onde houve
Outro altruísmo
(Pode chamá-lo amor,
Ou ameno destrambelho)
Com centelha velha
Fiz festa! Fiz frevo
do fruto podre (do bolso)
e sigo portando
a lambança besta do
Amor! Ai de ti!
Caiu de maduro..
Mais duro te fiz!
Passe à vida no passo,
Não se poste! Se pence
Na placa, na marcha
Folia, no fole e na
Fala mole. Ria que
É rua!
É dia!
E nunca minto...
À toa.
É boba alegria
boa de simples.
Eis meu candidato
À próxima paixão.
À memória de Manuel Bandeira
segunda-feira, setembro 20, 2010
Noite, rua, farmácia, alumeio
Absurdo e obscuro viver
Viva - que seja - um quarto do tempo,
Assim será tudo. Saída - Não tem.
Morrerás, nascerás de novo destarte
E se repetirá tudo, como o passado
Noite, congelado e frágil canal
Alumeio, rua, farmácia.
Alexandr Blok
Tradução de Joaquim Santoro e Gabriel Müller
segunda-feira, setembro 13, 2010
Afonia
Horas precisas;
Feixe solar no
Turno de meu sonhar.
O quê sonhar? querer,
O quê?
Peço:
O carecer do óbvio,
Do belo, do claro,
Distinto e sublime
Sublinhados.
Sublimados no mero
Querer sonhar, no mero
"Siga seus sonhos!"
Como placas de rua,
Índices televisivos
Do pleno humano-total
Tangível, absoluto!
Tangiversável, graças.
Julho 2010
Assinar:
Postagens (Atom)