segunda-feira, setembro 20, 2010

Noite, rua, farmácia, alumeio Absurdo e obscuro viver Viva - que seja - um quarto do tempo, Assim será tudo. Saída - Não tem. Morrerás, nascerás de novo destarte E se repetirá tudo, como o passado Noite, congelado e frágil canal Alumeio, rua, farmácia. Alexandr Blok Tradução de Joaquim Santoro e Gabriel Müller

2 comentários:

  1. Eu gostei bastante da tua tradução, principalmente da primeira estrofe.

    Pensando só na sua métrica recriada, eu acho que o "destarte" fica mais sonoro antes do morrerás (na verdade eu nunca vi destarte no fim, mas deve ser falha minha),
    tipo: Destarte morrerás, nascerás de novo.
    Eu acho que frágil é uma palavra muito curta e repetirá é uma palavra muito longa, mas aí é difícil mesmo de resolver (digo, frágil é fácil, mas "repetirá" é muito osso)

    sabe,você devia traduzir pro inglês também, acho que vai ficar bonito.

    beijinho.

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  2. o destarte serve como efeito de repetição, pareado com o de novo. Supre um efeito que a preposição "e" tem em russo, de também, além, etc., que o português passa longe... pelo poema original, os verbos se pareiam em sequência (Umriôsh', Natchniôsh' opiát' snatchala), dando também ênfase à repetição e à naturalidade de uma sequência que, na verdade, constitui-se inversamente. Isso eu quis manter.
    Quanto ao frágil isso é um problema no verso inteiro... o próprio significado é problematissíssimo, porque não achei correspondente preciso (é um gelo fino e superficial que se forma no começo do inverno). Mas no ritmo é meio que isso (Notch', - liedianáia riab'- kanala)...
    no inglês eu não me atrevo, ando muito enferrujado e... não tenho muita proximidade com a língua. Mas o poema é lindo de qualquer forma...


    um beijo

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