sexta-feira, abril 20, 2012

Respiração

Rasgo as paredes num grito
existo, insisto, repito
independentemente
da luz ou do espaço
eu me traço
num plano.
Assopro o telhado
e seu branco e assim
me espreguiço, infinito e
preguiçoso. A morte
não me anima ou
espanta. Torço as cadeiras da sala e
depois me levanto. E depois,
e três, e distâncias outras,
talvez,
me perpassem. Olhos em gelo
e reflexo. Nuvens e pernas se apressam
e mal me despeço. Reflito
num canto
as dobras desse universo.

Москва, 03/04 de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário