sexta-feira, julho 15, 2011

Pelo que se faz

Poesia, palavra oca,
Livrai-me das horas vazias!
Ruído seco de roda,
O relógio,
A lógica do correr dos dias.

Poema: zumbido seco,
Tiro na merda do rio.
Me dê a resposta que quero,
A mulher que amo,
Levante um viaduto de meus pés!
(Ao outro lado da vida)

Que dia.
O azul brinda os prédios
de todas as eras.
O céu é de todas as ruas,
A rua, de um jeito qualquer,
que me leva
num meridiano, a fumaça.
Trópico de asfalto!
Linha contínua de pontos
de ônibus e aeroplanos.
- paro
..........espero -
pergunto:
o que deu?
- Deu foi cobra.

É, não foi hoje.
Será ontem,
amanhã, talvez, o dia?
Da paz no país do futuro?
O juízo, a consumação?
O fim da linha?
Trópico de fumo!
Linha férrea a desdobrar-se entre as palmeiras,
uma alma sob o vento a balançar,
nas horas que sucedem o almoço.

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